Vinicius de Moraes, um dos maiores nomes da poesia e da música brasileira, ganha uma homenagem à altura de sua importância. O Museu de Arte do Rio (MAR) inaugurou uma ampla exposição dedicada ao poeta, diplomata e compositor, que completaria 112 anos neste mês de outubro.
A mostra reúne mais de 300 itens, entre manuscritos, fotos, vídeos, capas de discos, livros e obras de arte, revelando o percurso de um artista que transformou a sensibilidade em forma de expressão.
Entre as peças mais emblemáticas, estão um retrato de Vinicius pintado por Cândido Portinari, exposto pela primeira vez no Rio de Janeiro, e uma seção inteiramente dedicada à Arca de Noé, com ilustrações originais de Elifas Andreato, que marcaram gerações de leitores e ouvintes.
O menino nascido na Gávea, em 1913, cresceu cercado pela música e pelas letras. Ainda adolescente, escreveu seus primeiros poemas e formou um grupo musical com colegas de escola. Aos 19 anos, publicou O Caminho para a Distância, seu livro de estreia, que chamou a atenção de grandes nomes da literatura modernista.
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Apesar de ter se formado em Direito, o destino de Vinicius foi guiado pela arte. Durante mais de duas décadas, atuou como diplomata, representando o Brasil em diferentes países. A aposentadoria compulsória durante o regime militar marcou uma ruptura e, ao mesmo tempo, o início de uma nova etapa criativa.
Vinicius encontrou na música uma forma mais direta de dialogar com o público. Em parceria com Tom Jobim, ajudou a fundar a Bossa Nova e a eternizar o espírito leve e solar do Rio de Janeiro. Mais tarde, com Toquinho, viveu uma fase de intensa produção e apresentações que o tornaram presença constante nos palcos do Brasil e do exterior.
De acordo com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), sua obra ultrapassa 700 composições registradas, muitas delas gravadas por intérpretes de várias gerações. As canções e poemas de Vinicius exploram temas universais, sempre com lirismo e humanidade.
Além de poeta e letrista, foi dramaturgo e autor de uma das peças mais conhecidas do teatro brasileiro, Orfeu da Conceição, que inspirou o premiado filme Orfeu Negro, vencedor da Palma de Ouro em Cannes.
Vinicius de Moraes faleceu em 1980, aos 66 anos, deixando um legado que segue inspirando músicos, escritores e leitores.
*Com informações da Agência Brasil.
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