O chefe da DEA – agência antidrogas dos Estados Unidos – James M. Sparks, enviou uma carta ao secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Cesar dos Santos, oferecendo “apoio” ao governo de Cláudio Castro (PL) no combate à facções criminosas no estado.
A carta é uma resposta ao contato feito pelo governador fluminense ao órgão após a operação que resultou em 121 mortes. Na semana passada, Castro entregou à agência, relatórios confidenciais de segurança pública, pedindo que o Comando Vermelho fosse classificado como “organização narcoterrorista”.
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No documento, Sparks presta solidariedade pela morte de quatro policiais na operação. “Neste momento de luto, reiteramos nosso respeito e admiração pelo trabalho incansável das forças de segurança do Estado e colocamo-nos à disposição para qualquer apoio que se faça necessário”, afirma o estadunidense.
Na segunda-feira (03), o líder do PT na Câmara Federal, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), encaminhou uma representação ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de abertura de inquérito contra Cláudio Castro (PL), por crimes de atentado à soberania nacional e espionagem.
Para Lindbergh, ao entregar relatórios confidenciais de segurança pública, o governador do RJ colocou em risco à integridade da política de segurança nacional, abrindo caminho para uma ingerência estrangeira em assunto de competência exclusiva da União. Na representação, o líder do PT pede o afastamento de Castro do cargo.
O pedido de Castro para que os EUA reconheçam o Comando Vermelho como uma organização narcoterrorista faz parte da articulação da extrema-direita brasileira para que as facções criminosas sejam equiparadas a organizações terroristas.
Além de ineficaz, a medida abre brecha para que o governo Donald Trump intervenha no país sob a alegação de que o Estado brasileiro permite que terroristas atuem em seu território.
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