O Senado Federal instala nesta terça-feira (4) a Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado, que terá 120 dias para investigar a estrutura, o financiamento e a expansão de facções e milícias no Brasil. A criação da CPI, requerida pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), ganhou urgência após a megaoperação no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha.
Presidida inicialmente pelo senador Otto Alencar (PSD-BA) – por ser o membro mais antigo -, a comissão elegerá nesta terça sua mesa diretora permanente. Entre os 11 titulares do colegiado, nomes como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União-PR), Jaques Wagner (PT-BA) e Magno Malta (PL-ES) farão parte da CPI.
A CPI terá como missão central:
- Mapear o modus operandi de facções como PCC e Comando Vermelho
- Investigar a infiltração criminosa em instituições públicas
- Analisar esquemas de lavagem de dinheiro e financiamento
- Propor atualizações na legislação de combate ao crime organizado
Contexto histórico e recursos
A comissão retoma uma investigação que não ocorria no Congresso há 25 anos – desde a CPI do Narcotráfico, encerrada em 2000 com mais de 350 depoimentos e 800 indiciamentos. Para os trabalhos, os senadores contarão com R$ 30 mil em recursos próprios.
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Segundo Vieira, a expansão do crime organizado é resultado do “abandono do poder público”, tornando o debate “urgência nacional”. A CPI planeja ouvir especialistas em segurança, autoridades estaduais e o ministro da Justiça, buscando compreender como as facções se estabelecem e se desenvolvem nas diferentes regiões brasileiras.
Será que vão investigar as milícias também? Vamos aguardar.
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