A Amazônia registrou uma redução de 11% no desmatamento entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram 5.796 km² de floresta derrubados no período, o menor número em mais de uma década e o quarto ano seguido de queda.
O dado, divulgado às vésperas da COP30, é visto como um trunfo do governo Lula, que pretende apresentar o Fundo Tropical das Florestas (TFFF) como instrumento de financiamento para a preservação ambiental.
Apesar do avanço, pesquisadores alertam para o aumento da degradação florestal, que já responde por 38% da área afetada. Esse processo, menos visível que o desmate total, ocorre por cortes seletivos, incêndios e secas prolongadas, enfraquecendo a vegetação de forma progressiva.
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O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou em entrevista ao g1 que as queimadas e a estiagem intensa impediram que o país registrasse a menor taxa de desmatamento já observada na Amazônia.
A queda é atribuída a um conjunto de ações: reforço da fiscalização, integração entre órgãos ambientais e forças policiais, uso de tecnologia de monitoramento e novas regras que diferenciam desmate legal de ilegal. Em dois anos, o número de operações subiu para 25 mil e o valor das multas aplicadas chegou a R$ 8 bilhões, o dobro do período anterior.
No Cerrado, o desmatamento também caiu 11%, somando 7.235 km², o menor índice em cinco anos. Ainda assim, o bioma segue sob forte pressão do agronegócio.
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