Entre os dias 23 e 30 de setembro, uma operação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Federal (PF) resgatou 108 trabalhadores submetidos a condições degradantes em frentes de corte de cana-de-açúcar, em Vila Boa de Goiás, a 364 km de Goiânia.
Os trabalhadores, em sua maioria vindos do Maranhão, foram recrutados por funcionários de uma usina da região. No local, as equipes encontraram graves violações: falta de banheiros, água imprópria para consumo, refeições feitas no chão sob o sol e alojamentos superlotados, sem ventilação nem higiene mínima.
Diante das irregularidades, as atividades foram interditadas, e as vítimas receberam abrigo temporário, verbas rescisórias e acesso ao seguro-desemprego especial. O empregador assinou um Termo de Ajustamento de Conduta, comprometendo-se a pagar indenizações e regularizar a situação.
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Em outro caso, uma trabalhadora doméstica de 76 anos foi libertada em Ubá (MG) após 25 anos de trabalho sem direitos garantidos — os últimos cinco sem salário. Contratada em 1999 para cuidar de uma idosa, ela nunca teve férias, 13º salário ou registro em carteira. Dormia em um pequeno quarto e trabalhava todos os dias, inclusive à noite.
Após o resgate, os auditores determinaram o registro formal, o pagamento de todos os direitos trabalhistas e o acesso ao seguro-desemprego. Os empregadores foram autuados e notificados para recolher o FGTS.
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