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Curso prepara jovens de favelas para criar conteúdo digital

(Foto: Tania Rêgo/Agência Brasil)

Jovens das periferias terão a oportunidade de participar de um curso gratuito de capacitação em audiovisual e influência digital, oferecido pelo programa Favela Seguros Cria, que está com inscrições abertas. A meta dos organizadores é alcançar cerca de 5 mil participantes, que terão acesso a aulas práticas sobre produção de conteúdo e técnicas de comunicação voltadas ao mercado de trabalho.

A iniciativa é da empresa Favela Seguros, fruto da parceria entre a Favela Holding – grupo de empresas voltado ao desenvolvimento das favelas – e a MAG Seguros, com apoio social da Central Única das Favelas (Cufa). O projeto busca ampliar a inclusão financeira e social, democratizar o acesso a um setor em crescimento e incentivar geração de renda, autonomia e protagonismo dentro das comunidades.

O líder de relações institucionais da Favela Seguros, Gê Coelho, explicou à Agência Brasil que o objetivo é chegar a 5 mil inscritos.

A gente tem dado uma ênfase maior para Rio e São Paulo, mas não necessariamente precisam ser do Rio e de São Paulo

contou ele, que já registrou inscrições de jovens de outras partes do Brasil, como da cidade de Fortaleza.

Uma das questões que a gente levantou é que houvesse pessoas que também fossem influenciadoras do Nordeste, para que pudesse ter uma linguagem plural. As favelas têm muitas questões peculiares da sua região, e a linguagem é uma delas. A forma como a gente se comunica no Rio não é 100% de como se comunica em São Paulo, e quando a gente vai disseminando pelo Brasil, a comunicação vai ficando muito mais regionalizada

afirmou Gê.

Nascido na favela de Vigário Geral e atualmente morador da comunidade de Dourado, em Cordovil, ambas na zona norte do Rio, Gê Coelho destacou que os sonhos de jovens e crianças nas favelas hoje passam fortemente pelas redes sociais, assim como em outros tempos o desejo era ser jogador de futebol ou artista do funk e do pagode.

Tenho um filho de 6 anos que sonha ser youtuber. A gente identifica que a favela já tem na essência a questão da oralidade, das pessoas se comunicarem bem. O que a gente precisa é criar uma parte técnica, que é o objetivo deste curso. Poder prover, dentro das favelas, um corpo técnico, para garantir que essas pessoas tenham insumos e consigam botar toda a potência que elas têm para fora, porque o favelado, em si, é uma potência de criatividade, de inovação e de resistências

afirmou.

Inscrições

As inscrições são online e seguem abertas até o preenchimento das vagas – o que, segundo os organizadores, deve acontecer em até 20 dias. Após se inscrever, o participante já pode começar imediatamente os módulos disponíveis na plataforma.

O curso é direcionado a três perfis principais: jovens que buscam transformar a criatividade em carreira, pessoas em busca de independência financeira e empreendedores que desejam fortalecer seus negócios com estratégias digitais

informaram os organizadores.

A formação gratuita cobre todo o processo de criação de conteúdo audiovisual – da elaboração de roteiros à edição, do som à fotografia – em uma trilha de vídeos curtos, pensada para incentivar a conclusão do curso.

O curso é online, dentro da plataforma Digital Favela, e, além disso, a gente vai disponibilizar no YouTube algumas aulas com influenciadores. Eu vou ministrar uma palestra. A gente tem a Rafa Silva, que é judoca campeã olímpica, que vai fazer também uma palestra motivacional. Para além dessas aulas, dentro da própria plataforma, a gente vai deixar disponível para a pessoa acessar e ter um conteúdo extra

explicou Gê.

O conteúdo no YouTube e na Digital Favela ficará aberto inclusive para quem não estiver inscrito.

A expectativa é que os participantes saiam preparados para gerar renda dentro das próprias favelas.

A ideia é que a pessoa se profissionalize e possa ter uma renda não só extra. Conheço muitas pessoas em várias favelas do Brasil, que vivem como influencers de favela, cada um com uma narrativa. Um fala de cultura, outro de turismo. As favelas hoje movimentam uma economia de R$ 300 bilhões, e ali tem uma lojinha que precisa ser divulgada, uma padaria, uma menina trancista que precisa ser divulgada e essas pessoas podem investir nesses influencers. Dependendo do alcance que ela tiver, vai poder exercer essa função e ser monetizada por isso. A expectativa é que o cara possa ter uma alternativa de fonte de renda

concluiu.

*Matéria publicada originalmente na Agência Brasil.

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Redação BFC

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