O humorista e youtuber Felca publicou, no último dia 5, um extenso vídeo denunciando casos de sexualização infantil nas redes. Com mais de 4,7 milhões de acessos, o conteúdo estourou a bolha. Rapidamente o post alcançou jornais, portais de entretenimento e, possivelmente, o Ministério Público da Paraíba, que investiga o influenciador Hytalo Santos, principal alvo de Felca, desde 2024, por suspeita de exploração de crianças e adolescentes.
O debate proposto pelo comunicador é nada menos que urgente e contou com uma exposição argumentativa profunda e repleta de provas. A repercussão foi tão grande que a vítima dos prováveis abusos teve o perfil no Instagram bloqueado pela Meta, enquanto a conta principal do denunciado, com 17 milhões de seguidores, apareceu desativada. Ainda assim, @hytalosantosh_ mantém outras contas ativas, que ainda podem — e devem — ser denunciadas.

A conta de Hytalo no YouTube também pode ser facilmente encontrada por meio de uma busca simples por seu nome completo. Com 7 milhões de inscritos, no canal é possível encontrar vídeos de quatro anos atrás que já expunham a imagem da então criança, com roupas curtas e levantando falas e temas provocantes.
- ‘Quem quiser ver eu mostro’: vereadora exibe vídeos de abuso infantil em palestra e é investigada no Paraná
- “Pintou um clima”: Bolsonaro é condenado por fala sobre adolescentes
- Mulher indígena denuncia estupro e tortura por policiais durante prisão ilegal no Amazonas
A relação entre o homem e a menina, aliás, é no mínimo intrigante. Enquanto não existem registros confiáveis sobre a família dela na internet, o influenciador sempre se definiu como seu “pai adotivo”. A adolescente tem hoje 17 anos e foi emancipada em 2024, cerca de seis meses antes de anunciar que estava grávida de Hyago Santos — irmão de Hytalo, que também tinha 17 anos na época. Meses mais tarde, ela revelou que havia sido vítima de um aborto espontâneo.
A postura combativa e necessária de Felipe Bressanim Pereira, o Felca, não parou com a denúncia. Mais tarde, ele afirmou, no antigo Twitter, que foi acusado e difamado enquanto realizava a pesquisa e a produção do vídeo viralizado e, por isso, havia aberto mais de 250 processos. Assim, pretende ampliar ainda mais o alcance da discussão, fazendo com que “mais pessoas deixem de ser usernames e se tornem nomes”, segundo Felca.
O caso agora está nas mãos de autoridades e segue movimentando as redes, mas o impacto inicial deixa um recado claro: denúncias bem construídas, com provas e narrativa objetiva, têm força para mobilizar ações concretas. Ao expor um problema estrutural que vai além de um único nome, Felca acendeu um alerta sobre a responsabilidade de plataformas, criadores e marcas na proteção de menores, e reforçou que, diante de abusos, a omissão também tem custo.
Assista ao vídeo abaixo:
Bookmark