Em movimento com impactos comerciais globais, o presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (25) a imposição de tarifas alfandegárias sobre importações de produtos farmacêuticos, caminhões pesados, móveis e artigos para cozinha e banheiro, com vigência a partir de 1º de outubro. As alíquotas variam de 25% a 100%, justificadas por Trump como necessárias para proteger a indústria nacional e por “razões de segurança nacional“.
Setores afetados e valores
- Produtos farmacêuticos: tarifa de 100% sobre medicamentos patenteados, exceto se o fabricante estiver construindo fábricas nos EUA.
- Armários de cozinha e banheiro: tarifa de 50%.
- Móveis e estofados: tarifa de 30%.
- Caminhões pesados: tarifa de 25%.
Detalhes por segmento
Farmacêutico
A tarifa de 100% gerou reação imediata da Associação de Pesquisa e Fabricantes de Produtos Farmacêuticos (PhRMA), que destacou que 47% dos ingredientes farmacêuticos consumidos nos EUA são importados, majoritariamente da Europa. A medida pode afetar empresas como a dinamarquesa Novo Nordisk, cujo CEO, Mike Doustdar, afirmou que avalia o impacto considerando o acordo comercial UE-EUA.
Caminhões pesados
A tarifa de 25% visa proteger fabricantes como Peterbilt e Freightliner, mas tende a impactar relações comerciais com o México – principal exportador de caminhões médios e pesados para os EUA. Empresas como a Stellantis (fabricante da Ram) e a sueca Volvo, que constrói uma fábrica de US$ 700 milhões no México, podem ser afetadas.
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Móveis e armários
As taxas de 30% a 50% foram definidas para conter o que Trump classificou como “inundação” de produtos estrangeiros, embora especialistas apontem riscos de aumento de preços para o consumidor americano.
O anúncio surge semanas após a consolidação de um acordo UE-EUA que reduziu tarifas mútuas em diversos setores, levantando questionamentos sobre sua compatibilidade com as novas medidas. Analistas avaliam que a decisão pode acirrar tensões comerciais e desafiar dinâmicas de cadeias produtivas consolidadas.