Um novo estudo do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK) revela que nosso planeta já rompeu sete de nove limites considerados seguros para a vida. A novidade de 2025 é a acidificação dos oceanos, que deixou de ser “perto do limite” e entrou oficialmente na lista de processos críticos.
Esses limites foram criados em 2009 por Johan Rockström, do PIK, como indicadores para medir se a Terra ainda funciona em condições estáveis. Desde então, eles têm servido como alerta para cientistas e governos sobre os riscos de colapso ambiental.
Entre os processos que já ultrapassaram os níveis seguros estão:
Mudanças no uso da terra: desmatamento e expansão urbana e agrícola estão destruindo habitats naturais, reduzindo a cobertura florestal global para cerca de 59% do ideal, comprometendo funções ecológicas vitais.
Mudanças climáticas – a quantidade de CO₂ na atmosfera supera 422 ppm, bem acima do limite de 350 ppm. Isso aumenta a retenção de calor, intensifica ondas de calor, secas, tempestades e inundações, pressionando todos os ecossistemas.
Biodiversidade – espécies continuam desaparecendo rapidamente, com ao menos 73 grupos de vertebrados extintos nos últimos 500 anos. A degradação de habitats naturais afeta a estabilidade da biosfera e reduz a diversidade genética.
Ciclo do nitrogênio e fósforo – o uso excessivo de fertilizantes causa eutrofização e zonas mortas em rios e oceanos. O fósforo enviado aos mares já é duas vezes maior que o limite seguro, e o nitrogênio industrial ultrapassa três vezes o recomendado.
Uso de água doce – a exploração intensiva está alterando o ciclo da água em rios, lagos e lençóis freáticos. Cerca de 18% da superfície terrestre enfrenta mudanças significativas na disponibilidade hídrica.
Poluição química – microplásticos e outros compostos tóxicos se acumulam no ambiente, afetando ecossistemas e saúde humana, incluindo registros de microplásticos no cérebro humano.
Acidificação dos oceanos – absorção de CO₂ aumenta a acidez das águas, prejudicando corais, moluscos e outros organismos calcários. Isso já causa danos visíveis, como em pterópodes, fundamentais para a cadeia alimentar marinha.
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Os dois processos que permanecem dentro da zona segura são camada de ozônio e aerossóis na atmosfera, graças a ações de proteção ambiental e menor impacto humano direto.
O oceano está se tornando mais ácido, o oxigênio está diminuindo e as ondas de calor marinhas aumentam. Isso pressiona um sistema vital para estabilizar o planeta
afirmou Levke Caesar, do PIK.
Estamos vivendo o período mais quente em 125 mil anos, com eventos extremos cada vez mais frequentes
reforçou a cientista Karina Lima.
O estudo serve como um alerta urgente: sem ação imediata para reduzir emissões, preservar habitats e controlar a poluição, o equilíbrio ambiental global continuará em risco, colocando em perigo a sobrevivência de espécies e a própria vida humana.
*Com informações do portal G1.
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