Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) obtido pela CPMI do INSS revela que o influenciador e empresário Renato Cariani movimentou R$ 31,5 milhões em um período de apenas cinco meses, entre julho e dezembro de 2023. O documento, enviado à comissão parlamentar, conclui que as transações estão “incompatíveis com a capacidade financeira declarada” pelo acusado.
Do total, R$ 19,5 milhões correspondem a créditos e R$ 11,9 milhões a débitos. Cariani é réu no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, junto com outras quatro pessoas.
Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o grupo teria fornecido mais de 12 toneladas de produtos químicos – como fenacetina, acetona, éter etílico e ácido clorídrico – para a produção de crack e cocaína. A combinação dos insumos equivaleria a mais de 19 toneladas das drogas prontas para consumo.
A Polícia Federal identificou 60 transações dissimuladas vinculadas à organização, que usava “interpostas pessoas” para depositar em espécie os valores originados do tráfico, caracterizando lavagem de dinheiro.
Renato Cariani nega todas as acusações. Seu caso ganhou novo fôlego com a inclusão na CPMI do INSS, que investiga desvios na previdência, mas também aproveita para apurar conexões entre crimes financeiros e figuras públicas.
Os números do Coaf reforçam as suspeitas de que o influenciador, conhecido por promover estilo de vida fitness e suplementos, estaria envolvido em um esquema de grande escala que misturava negócios aparentemente legais com o fornecimento de insumos para o narcotráfico. O processo no TJSP segue em andamento.
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