Skip to content Skip to footer

Quem é o verdadeiro Bolsonaro? O “frágil” ou o “imorrível”

Em prisão domiciliar, ex-presidente tem articulado as discussões para a escolha dos candidatos da extrema direita ao Senado
Bolsonaro: problemas de saúde não impedem ex-presidente de articular para eleições de 2026. Foto: Marcos Corrêa/PR

Nas últimas semanas, diante da aproximação da condenação definitiva e decretação da prisão de Jair Bolsonaro, advogados e aliados do ex-presidente – auxiliados por boa parte da imprensa – têm disseminado a versão segundo a qual ele estaria enfrentando problemas de saúde graves que indicariam a necessidade de mantê-lo detido em casa, e não enviado a um presídio como o da Papuda.

De outro lado, a mesma imprensa têm divulgado um périplo incessante de visitas de políticos a Bolsonaro em sua prisão domiciliar. E nessa outra versão, o ex-presidente despe a fantasia do “coitadinho” de saúde frágil, e veste a de articulador político mobilizado para preparar seu grupo para as eleições de 2026.

É de lá que o ex-presidente tem fomentado, por exemplo, as discussões para a escolha dos candidatos da extrema direita ao Senado. Não é segredo para ninguém que o objetivo desse campo político na disputa do ano que vem é tomar o controle da chamada “Câmara Alta”, o que significaria o poder para, entre outras coisas, promover o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, e assim “emparedar” o Judiciário para permitir que Bolsonaro seja anistiado por seus crimes e possa voltar à cena política.

As contradições também se revelam no discurso dos próprios filhos do ex-presidente, especialmente no do senador Flávio Bolsonaro e do seu irmão, deputado Eduardo Bolsonaro. Ambos são enfáticos em defender a anistia ao pai, alegando que “sem Bolsonaro não tem eleição”.

Afinal, partindo desse princípio, o que vale? O Bolsonaro “alquebrado” e “frágil”, que por isso, não pode ir para a Papuda, ou o líder político com plena capacidade de articulação de uma candidatura para tentar voltar à Presidência?

Na prática, manter Bolsonaro em prisão domiciliar seria transformar esse instituto em um instrumento de promoção da impunidade. Quem pode fazer campanha presidencial e articular candidaturas às eleições não tem justificativa para ser preservado do justo cumprimento das consequências legais de seus crimes.

Bookmark

Ivan Santos

Jornalista com três décadas de experiência, com passagem pelos jornais Indústria & Comércio, Correio de Notícias, Folha de Londrina e Gazeta do Povo. Foi editor de Política do Jornal do Estado/portal Bem Paraná.

Mais Matérias

10 nov 2025

Qual é a importância das atividades educativas nas áreas de ocupação? 

A Educação Popular em comunidades periféricas e áreas de ocupação tem sido fundamental para o cotidiano dos pais trabalhadores

“Íamos matar meio mundo”: STF começa a julgar “kids pretos”

Mensagens incluem áudios do policial federal Vladimir Matos Soares, que atuava como agente infiltrado na equipe de segurança de Lula
11 nov 2025

Zanin nega habeas corpus a Renato Cariani e mantém processo na Justiça Estadual

Zanin nega habeas corpus a Renato Cariani e mantém processo na Justiça Estadual
11 nov 2025

Ela era minha melhor amiga”: pai desabafa no velório de mulher trans morta em BH

Alice foi agredida no fim de outubro, e acabou internada com uma infecção que lhe custou a vida
11 nov 2025

Nubank encerra home office total e enfrenta crise interna com demissões

Decisão gerou uma forte reação interna que terminou com a demissão de 12 funcionários
11 nov 2025

Mulher trans morre após espancamento em Belo Horizonte

A mulher trans foi brutalmente espancada por um homem, ainda não identificado, enquanto saía de um bar

Como você se sente com esta matéria?

Vamos construir a notícia juntos

Deixe seu comentário