“Dark Horse”, o filme sobre Jair Bolsonaro, nem estreou e já está envolto em uma série de suspeitas. Karina Ferreira da Gama, produtora executiva do filme através da Go Up Entertainment, é também a presidente do Instituto Conhecer Brasil (ICB), uma ONG que, em 2024, fechou um contrato de R$ 108 milhões com a Gestão Ricardo Nunes, prefeito bolsonarista de São Paulo. O contrato prevê a instalação de 5 mil pontos de wi-fi gratuito em comunidades de baixa renda da cidade.
Karina é ligada a grupos evangélicos e a políticos de direita. O ICB foi a única ONG a apresentar proposta na licitação. A prefeitura pagou um adiantamento de R$ 26 milhões à instituição antes que o serviço estivesse concluído. Na época, Nunes disputava a reeleição. Após a campanha, apenas cerca de 3.200 dos 5.000 pontos haviam sido entregues.
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Superfaturamento
Além disso, o custo cobrado pelo ICB é muito superior ao de outros projetos de wi-fi semelhantes da Prefeitura pela Prodam, empresa municipal de TI. Documentos públicos apontam que o custo de implantação de um ponto de Wi-Fi cobrado pelo ICB da prefeitura paulistana era de R$ 1.800, enquanto que o custo da empresa pública de tecnologia Prodam era de apenas R$ 230. A manutenção e disponibilização do ponto pelo ICB também custava muito mais caro (R$ 1.800) do que o preço da Prodam (R$ 306).
Outras ONGs de Karina receberam um total de R$ 2,6 milhões em emendas parlamentares, conhecidas como “PIX”, de deputados federais do PL — partido de Bolsonaro — incluindo nomes como os fugitivos Carla Zambelli e Alexandre Ramagem, além de Bia Kicis e Mário Frias, que é o roteirista de “Dark Horse”. O dinheiro era destinado à produção de uma série documental que não saiu do papel.
As informações foram divulgadas em primeira mão pelo Intercept Brasil.
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