O general Mario Fernandes, que ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, confirmou na quinta-feira (24), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que elaborou o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Fernandes também admitiu que imprimiu uma cópia do plano no Palácio do Planalto.
O militar alegou que o arquivo era pessoal. Segundo ele, o documento era destinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que era comandado pelo general Augusto Heleno, que também é réu. Fernandes negou que o arquivo seria apresentado em uma reunião com Bolsonaro.
A determinação foi minha ao meu chefe de gabinete, o Reginaldo Vieira de Abreu, que emitisse seis cópias. Essas seis cópias foram emitidas. O objetivo delas era apresentar ao GSI, que, doutrinariamente, era responsável pela montagem do gabinete de crise
disse.
Era um assessoramento em apoio, no caso, ao general Heleno, que é um grande amigo, um grande mentor. Não tinha nada a ver com apresentação ao Bolsonaro
tentou justificar o militar.
Arquivo retrata um pensamento meu que foi digitalizado
alegou.
Uma análise de riscos. Por um costume próprio, decidi, inadvertidamente, digitalizar. Não foi mostrado a ninguém. Não foi compartilhado com ninguém
disse ele.
Fernandes argumentou que o plano foi impresso porque ele queria lê-lo em papel.
Imprimi por um costume pessoal de evitar ler documento na tela. Imprimi para mim. Logo depois, rasguei
afirmou.
O militar culpou a impressora do Planalto por ter feito três cópias do documento em dezembro de 2022.
Acho que foram três folhas, não três cópias. Se foram três cópias, acredito que seja relativo à configuração da impressora que estava em uma impressão anterior. Não me lembro de ter impresso três cópias
explicou.
Acampamento
Fernandes também confirmou que visitou o acampamento montado em frente ao quartel do Exército em Brasília após Bolsonaro sair derrotado das eleições presidenciais de 2022.
As vezes que eu fui no QG, fui como cidadão, vendo que era importante para o brasileiro apresentar suas demandas sociais e políticas
afirmou.
O militar, que está preso desde novembro do ano passado, foi interrogado, por videoconferência, como um dos réus do núcleo 2 da ação penal da trama golpista. O grupo é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de planejar ações para tentar sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder, em 2022. Mário Fernandes é apontado como elo entre os golpistas que estavam acampados e o então governo de Bolsonaro.
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