A Polícia Rodoviária Federal interceptou, nesta segunda-feira (8), um comboio que seguia rumo à fronteira com a Bolívia carregando uma coleção de joias avaliada em milhões e ligada ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, líder do Terceiro Comando Puro e chefe do chamado Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio.
A ação ocorreu na BR-262, em Campo Grande (MS), após um alerta da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que monitorava os deslocamentos do grupo e suspeitava que o criminoso pudesse estar entre os passageiros, o que não se confirmou.
Nos dois veículos estavam a mulher de Peixão, três filhos e um sobrinho, além de motoristas contratados para levá-los até Corumbá, na divisa com a Bolívia. Segundo relataram aos agentes, eles teriam viajado ao Rio a pedido de um conhecido que vive no país vizinho e, de lá, iniciado o trajeto terrestre.
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Durante a revista, porém, o que chamou atenção não foi o itinerário, mas o conteúdo das bagagens: correntes, anéis, relógios e colares de alto valor, alguns personalizados com referências diretas à facção.
Entre as peças, havia um colar de ouro com a inscrição “Mano Arão”, apelido usado por Peixão dentro da organização criminosa, além de um medalhão adornado pela estrela de Davi e a expressão “Israel Defense Force”, símbolos associados ao domínio territorial imposto pelo grupo nos bairros que compõem o Complexo de Israel. O sobrinho afirmou ser o proprietário de todo o material, mas não conseguiu comprovar a origem dos itens.
A família foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, onde prestou depoimento antes de ser liberada. Mesmo sem prisão em flagrante, os envolvidos responderão por lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e participação em organização criminosa. As investigações prosseguem para localizar Peixão, considerado um dos fugitivos mais perigosos do estado.
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