O ministro das Relações Exteriores de Portugal, Paulo Rangel, anunciou neste domingo (21), em Nova York, que o país reconhece formalmente o Estado da Palestina. A medida, segundo ele, segue uma linha histórica da diplomacia portuguesa e reafirma o apoio à solução de dois Estados como único caminho para a paz no Oriente Médio.
Rangel destacou ainda que a prioridade imediata é a implementação de um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns em poder do Hamas, grupo que, segundo o ministro, não pode ter qualquer forma de controle sobre o território palestino.
Com a decisão, Portugal se junta a mais de 140 países que já haviam reconhecido a Palestina. O anúncio ocorreu horas depois de Reino Unido, Austrália e Canadá também oficializarem a medida, ampliando o peso político da decisão no cenário internacional.
A importância do reconhecimento
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o reconhecimento busca “reviver a esperança de paz” entre israelenses e palestinos. Ele já havia sinalizado a possibilidade em julho, condicionando-a a avanços diplomáticos e a um cessar-fogo. Diante da escalada da crise humanitária em Gaza, decidiu antecipar a posição do governo.
No Canadá, o anúncio foi feito pelo premiê Mark Carney, que classificou a decisão como um passo para construir um “futuro pacífico” para ambos os povos. O gesto marca o ingresso de Canadá e Reino Unido como os primeiros países do G7 a reconhecer oficialmente a Palestina.
O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que o reconhecimento expressa o compromisso histórico de seu país com a solução de dois Estados, destacando que a medida responde às aspirações legítimas do povo palestino.
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Expansão da lista
O movimento amplia a lista de países que vêm oficializando o reconhecimento desde 2024, como Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovênia. Atualmente, cerca de 80% dos membros da ONU já reconhecem a Palestina, incluindo o Brasil, que tomou a decisão em 2010.
Contexto internacional
A ONU concedeu em 2012 o status de “Estado não membro observador” à Palestina. Desde então, a pressão diplomática cresceu, especialmente após a guerra em Gaza iniciada em 2022 e a intensificação da expansão de colônias israelenses na Cisjordânia.
Hoje, o reconhecimento do Estado da Palestina simboliza não apenas um gesto político, mas também um esforço para recolocar a questão no centro das negociações de paz. A tendência é de que mais países europeus sigam esse caminho nos próximos meses, pressionando por uma solução negociada que garanta segurança tanto para palestinos quanto para israelenses.
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