A curitibana Sabrine Matos, de 29 anos, transformou uma inquietação pessoal em um projeto que já alcança milhares de mulheres no país. Depois de acompanhar o caso da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo que acumulava 14 processos por agressão, ela criou a Plinq, uma plataforma digital que permite consultar antecedentes criminais e registros de processos judiciais de possíveis parceiros amorosos.
Lançada em maio de 2025, a ferramenta já soma mais de 15 mil usuárias e cobra uma assinatura anual de R$ 97. Em poucos cliques, é possível verificar informações públicas sobre processos, mandados de prisão e ocorrências judiciais, tudo de forma anônima e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O sistema utiliza alertas coloridos para indicar o nível de risco: o “red flag” (bandeira vermelha) acende o alerta de perigo e orienta a agir com cautela; já o “green flag” (bandeira verde) indica ausência de registros, mas ainda sugere diálogo e prudência. A ferramenta também traduz os termos jurídicos, ajudando as usuárias a entenderem o que cada processo significa.
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Segundo Sabrine, o objetivo é democratizar o acesso à informação e oferecer uma camada extra de proteção. A iniciativa já movimentou mais de R$ 250 mil em poucos meses e pretende atingir 3 milhões de usuárias até o fim do ano.
Especialistas em direito das mulheres avaliam que iniciativas como essa são essenciais em um país onde o feminicídio é uma realidade diária. Só no Paraná, entre janeiro e agosto de 2025, foram registrados 158 mil casos de violência contra a mulher.
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