Skip to content Skip to footer

“PL da Devastação” é inconstitucional e retrocesso, diz Ministério Público

Novo marco reduz a participação de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais em processos decisórios
Áreas de vegetação de cerrado atingidas por queimadas: PL agrava situação. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (ABRAMPA) divulgou estudo apontando que o “PL da Devastação”, aprovado pelo Congresso Nacional, é inconstitucional e representa o “maior retrocesso socioambiental” desde a redemocratização do Brasil nos anos 1980.

A entidade aponta problemas que projeta um cenário de instabilidade e grande insegurança jurídica. A ABRAMPA prevê um duplo movimento de judicialização devido à aprovação de dispositivos que considera inconstitucionais.

De acordo com a entidade, a constitucionalidade da legislação será contestada no Supremo Tribunal Federal, em um processo complexo e demorado que pode afetar políticas públicas e investimentos privados. Cada empreendimento regido pelo novo marco poderá ser alvo de disputas judiciais próprias, onde a validade e a aplicação dos dispositivos legais serão debatidas individualmente.

A transferência da competência para estados e municípios definirem quais atividades exigem licenciamento viola a competência da União para editar normas gerais e rompe a lógica do federalismo cooperativo. Essa competição regulatória estimula uma “corrida para baixo” nos padrões ambientais e aprofunda desigualdades regionais.

Licenciamento

As dispensas generalizadas de licenciamento para atividades potencialmente degradadoras (como cultivos agrícolas, pecuária e obras de infraestrutura) violam o artigo 225 da Constituição Federal, pois permitem a instalação dessas atividades sem prévia avaliação técnica, podendo gerar danos irreparáveis, diz a entidade.

A ampliação da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), inclusive para atividades de médio porte e potencial poluidor, é um retrocesso que contraria a jurisprudência do STF. O novo marco reduz a participação de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais em processos decisórios, violando direitos fundamentais.

O presidente da ABRAMPA, Luciano Loubet, resume o risco, afirmando que o Brasil está “trocando segurança jurídica por uma promessa ilusória de rapidez”, e que a fragilização do mecanismo preventivo pode favorecer o aumento de desastres evitáveis, como os de Mariana e Brumadinho.

Bookmark

Ivan Santos

Jornalista com três décadas de experiência, com passagem pelos jornais Indústria & Comércio, Correio de Notícias, Folha de Londrina e Gazeta do Povo. Foi editor de Política do Jornal do Estado/portal Bem Paraná.

Mais Matérias

13 dez 2025

PF faz buscas contra ex-assessora de Arthur Lira em apuração sobre emendas

Ela teria concentrado a interlocução com deputados interessados em recursos, sobretudo aqueles viabilizados por emendas de relator
13 dez 2025

Governo lança sistema que permite bloqueio voluntário de acesso a sites de apostas

No sistema, a pessoa escolhe por quanto tempo deseja ficar afastada das apostas
13 dez 2025

Moradores de SP seguem sem prazo para retorno da energia

Ao longo deste sábado (13), cerca de 355 mil imóveis permaneciam sem luz na Grande São Paulo, sendo aproximadamente quase 249 mil apenas na capital
13 dez 2025

Caetano convoca novo ato após ofensiva legislativa ligada à anistia do 8 de janeiro

A manifestação está marcada para domingo, dia 14, a partir das 14h, na praia de Copacabana, entre os postos 4 e 5
13 dez 2025

BFC Hits: trinta anos depois, por que “Vogue” ainda importa?

Mais do que um clássico de Madonna, “Vogue” virou símbolo de liberdade

Como você se sente com esta matéria?

Vamos construir a notícia juntos

Deixe seu comentário

<script type="text/javascript" async src="https://d335luupugsy2.cloudfront.net/js/loader-scripts/b351bcc5-0d0d-4fc2-a82d-bb36b1542e89-loader.js" ></script>