A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (16) a Operação Igapó para investigar um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos de obras destinadas à COP30, conferência climática da ONU realizada em Belém no mês passado. O alvo central é o deputado federal Antônio Leocádio dos Santos (MDB-PA), conhecido como Antônio Doido.
O inquérito, autorizado pelo ministro do STF Flávio Dino, aponta que um consórcio formado pela J.A. Construcons Civil Ltda. – registrada em nome de Andrea Dantas, esposa do parlamentar – e pela JAC Engenharia Ltda., ligada a um funcionário de Antônio Doido, teria vencido licitações suspeitas no Pará.
O consórcio foi beneficiado com dois contratos:
- R$ 142 milhões para obras viárias em Belém – licitação cancelada em janeiro de 2025 após surgirem as primeiras suspeitas;
- R$ 123 milhões para serviços de macrodrenagem em canais considerados estratégicos para a infraestrutura da COP30 – contrato mantido em vigor.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os contratos teriam alimentado um esquema de movimentação de dinheiro em espécie.
Em nota, o governo do Pará afirmou que colabora com as investigações e que os processos licitatórios “seguem rigorosamente o devido processo legal”. A Secretaria de Estado de Obras Públicas ressaltou que todas as contratações observam os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e moralidade.
A operação ocorre menos de um mês após o término da COP30, evento que colocou o Pará no centro das discussões globais sobre clima e sustentabilidade.
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