Rodrigo Manga (Republicanos), conhecido como “prefeito tiktoker”, foi afastado por 180 dias do cargo com base em investigação da Polícia Federal (PF) que o identifica como líder de uma organização criminosa e principal beneficiário de um esquema de corrupção envolvendo contratos públicos em Sorocaba, no interior de São Paulo. Segundo o relatório policial, as atividades ilícitas teriam começado nos primeiros dias de seu mandato, em janeiro de 2021.
O documento, que serviu de base para a decisão judicial, afirma que Manga usava sua posição para comandar operações de lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública. A principal estratégia do grupo seria a criação de contratos de publicidade fictícios para dar aparência legal a valores ilícitos.
A PF identificou que a ME (atual 2M Comunicação e Assessoria), empresa da esposa do prefeito, Sirlange Rodrigues Frate, firmou contratos suspeitos com:
- Sim Park Estacionamento Eireli, de Marco Silva Mott: R$ 448,5 mil;
- Igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus, de Josivaldo de Souza (cunhado de Manga) e Simone Rodrigues Frate Souza (irmã de Sirlange): R$ 780 mil.
Segundo as investigações, os acordos eram “ficção” e “estratagema” para reinserir na economia formal “vultosos valores de origem ilícita” vinculados ao exercício do cargo de prefeito.
O relatório também destaca a contratação direta e ilegal do Instituto de Atenção à Saúde e Educação (antiga Aceni) para gerir a UPA do Éden.
Mensagens interceptadas pela PF mostram o ex-secretário municipal Fausto Bossolo relatando pressão do prefeito para assinatura do contrato: “O Manga já me esculhambou hoje, pois eu havia falado que ele assinaria hoje”.
Houve ainda indícios de tentativa de burlar licitação para contratação da mesma organização social para administrar a Unidade Pré-Hospitalar da Zona Oeste.
Aquisição de imóvel com dinheiro vivo
Outro ponto investigado é a compra de um imóvel por Manga com parte do pagamento feito em dinheiro vivo. Rafael Pinheiro do Carmo e Cláudia Cenci Guimarães teriam ocultado a origem de R$ 182,5 mil pagos em espécie.
Operador financeiro do esquema
O cunhado Josivaldo Batista de Souza era apontado como operador financeiro do grupo, mantendo uma “contabilidade paralela” em seu celular onde registrava supostas entradas de propina de empresas com contratos públicos.
O afastamento de 180 dias foi determinado pela Justiça para “interromper os crimes que estão sendo praticados no âmbito da Administração Pública Municipal de Sorocaba”. A defesa de Rodrigo Manga nega as acusações.
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