Uma equipe de pesquisadores brasileiros identificou uma nova espécie de caranguejo fossilizado na Antártida, com aproximadamente 85 milhões de anos. Batizado de Sabellidromites santamarta, o fóssil foi encontrado na Ilha James Ross, no extremo nordeste da Península Antártica, durante a 41ª Operação Antártica (Operantar), expedição científica coordenada pela Marinha do Brasil.
A descoberta, publicada no Journal of Paleontology, lança luz sobre as conexões biogeográficas entre os hemisférios Norte e Sul em um período em que a Antártida era parte do supercontinente Gondwana, daí o apelido de “primo Gondwana da Antártida” dado ao fóssil.
O caranguejo pertence ao grupo dos braquiúros, os “caranguejos verdadeiros” , possui carapaça achatada e abdômen localizado abaixo do cefalotórax. Sua preservação excepcional, incluindo estruturas ventrais raramente fossilizadas, permitiu aos pesquisadores estudar detalhes anatômicos fundamentais para compreender a evolução morfológica do grupo.
- Animais contaminados são encontrados com coloração azul nos EUA
- Lula cobra países ricos por Amazônia e defende fundo global de preservação
- EUA assumem interesse em minerais críticos do Brasil
Segundo Daniel Lima, pesquisador da Universidade Regional do Cariri (Urca) e primeiro autor do estudo, a descoberta ajuda a entender a dispersão de caranguejos do Hemisfério Norte para o Gondwana, além de revelar aspectos da anatomia funcional desses animais, como o mecanismo de proteção abdominal.
A pesquisa integra o projeto Paleoantar, liderado pelo Museu Nacional (UFRJ), com participação da USP, Unesp, Ufes e Urca, e apoio logístico da Marinha. O estudo reforça a importância do continente antártico para a compreensão da história natural global e evidencia a relevância da ciência brasileira em contextos internacionais.
Bookmark