Não digo que sim, mas, também não digo que não!
O futebol mundial, liderado pelo sucesso da Premier League, entrou de fato na indústria do entretenimento. Hoje, os grandes torneios da modalidade são campeões de audiência em qualquer plataforma de transmissão esportiva, sejam as TVs abertas — ainda com muita audiência no Brasil —, sejam as TVs por assinatura e os streamings. Aí está a causa do crescimento absurdo da remuneração dos atletas e dos cada vez maiores investimentos em estádios.
O segredo destas grandes audiências está no interesse cada vez maior do público em ver os grandes ídolos atuando, e, logicamente, as remunerações destes atletas é diretamente proporcional, ou até maior, aos faturamentos das diversas formas de exibir jogos e competições. E cá está a questão! Sem grandes investimentos para manter os ídolos nos clubes e melhorar os estádios, como competir com as equipes internacionais? Somente com estratégias eficientes para receber um reforço financeiro significativo isso será resolvido.
Nesse contexto, entram as SAFs com seus mecanismos para atração de investidores. Mesmo os clubes brasileiros com grande capacidade de geração de caixa tem dificuldades para competir nos torneios em que equipes europeias participam. Um exemplo disso é o longo tempo em que os clubes da América Latina não vencem um Mundial de Clubes.
Por isso, quando afirmo que as SAFs podem não ser a solução, é porque dinheiro, por si só, não resolve tudo. O verdadeiro desafio está em encontrar investidores alinhados aos valores da instituição esportiva, estruturar a nova empresa com profissionais competentes e capazes de buscar soluções sólidas para o negócio, sempre valorizando a indústria e, sobretudo, aqueles que a sustentam: os torcedores, fãs e espectadores.
Este é o grande segredo!