Os Estados Unidos enviaram ao menos sete navios de guerra, um submarino nuclear e cerca de 4,5 mil militares para o Caribe, sob a justificativa formal de combater cartéis de drogas. Na prática, a mobilização acirra a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, que respondeu com tropas e milícias, e reacende o alerta em capitais latino-americanas para o risco de escalada regional.
Os Estados Unidos não estão preocupados apenas com cartéis de drogas quando enviam navios de guerra para a costa da Venezuela. O pano de fundo é o petróleo venezuelano, considerado estratégico por sua qualidade e por estar a poucas centenas de quilômetros de refinarias americanas. Esse petróleo é pesado e ideal para abastecer instalações dos EUA que já foram adaptadas a esse tipo de barril. Como atestou Donald Trump, durante um comício republicano na Carolina do Norte, é um recurso alegadamente visado pelos Estados Unidos:
Quando eu saí [da presidência], a Venezuela estava pronta para colapsar. Nós teríamos tomado o controle; nós teríamos ficado com todo aquele petróleo; e teria sido logo ali, ao lado
afirmou o presidente, numa sedenta demonstração de autoritarismo.

A frase não foi apenas um exagero de campanha: Trump já havia dado sinais semelhantes em 2020, quando cogitou “ações militares” para garantir acesso às reservas venezuelanas. Vale lembrar que a Venezuela possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, superando Arábia Saudita e Irã, o que explica o interesse constante de Washington.
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A Amazônia cobre cerca de 20% do território venezuelano e concentra recursos estratégicos que ampliam o interesse internacional: vastas bacias de água doce, reservas minerais — frequentemente exploradas de forma ilegal — e atividades ilícitas ligadas à extração de madeira e ao cultivo de coca. Esses fatores, somados ao petróleo, colocam o bioma no centro de disputas econômicas e criminais que envolvem tanto redes locais quanto capitais transnacionais.
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