Em meio ao avanço da PEC da Blindagem (Proposta de Emenda à Constituição que busca restringir a responsabilização de agentes públicos pelo Judiciário), aprovada pela Câmara dos Deputados, o Senado emerge como um cenário de resistência significativa. Liderando a oposição à proposta, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), declarou publicamente:
Nunca imaginei que deputados tivessem essa sem-cerimônia. Essa PEC não passa aqui. Não passa de jeito nenhum. Isso é inimaginável. Nós vamos criar para o nosso eleitor também o direito de não responder ao Judiciário? De escolher se quer ou não responder à lei?
afirmou Alencar.
Otto Alencar não está sozinho. Outro nome influente do centrão, Renan Calheiros (MDB-AL), também tem se posicionado contra o texto e articulado com aliados para barrar sua progressão no Senado. Esse racha no bloco de centro-direita – somado à oposição já esperada de partidos de esquerda – indica que a proposta terá análise mais crítica e obstrução firme na Casa.
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Diante desse cenário, o governo federal prepara uma contrapartida drástica: caso a PEC entre em pauta, planeja exonerar ministros que foram eleitos senadores para liberá-los para votar contra a proposta. A medida visa assegurar votos adicionais para rejeitar a emenda, evidenciando a alta prioridade e urgência que o Palácio do Planalto atribui ao tema.
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