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No banco dos réus, bolsonarista afirma que ataques a generais contrários ao golpe eram só “marketing” 

O ex-major Ailton Barros, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Facebook/reprodução)

O roteiro quase sempre se repete. Nas redes sociais os bolsonaristas são corajosos, agressivos e capazes de ameaças quando contrariados. Mas quando são chamados perante as autoridades para explicarem seus crimes, a coragem desaparece, as justificativas são invariavelmente estapafúrdias e a estratégia de defesa é colocar a culpa em terceiros. 

Com o ex-major Ailton Barros, investigado dentro do núcleo 2 da trama golpista, que depôs nesta quinta-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF), não foi diferente. Questionado sobre os ataques feitos por ele contra comandantes das Forças Armadas contrários ao golpe de Jair Bolsonaro, o militar expulso do Exército que foi colega do ex-presidente na Academia das Agulhas Negras alegou que tudo não passou de uma ação de “marketing” com o objetivo de alavancar sua candidatura às eleições de 2022. 

Minha cabeça era só voltada para a política. Eu aproveitei toda essa situação que estava acontecendo para tentar lançar uma publicação e que ela me trouxesse novos eleitores e novos seguidores. Era esse o meu objetivo, não era outro”, disse Barros. “Isso é o que eu aprendi nas aulas de marketing 

tentou explicar.

O ex-major trocou mensagens com o general Braga Netto, candidato à vice na chapa de Bolsonaro, em que os dois traçavam estratégias para descredibilizar os comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Batista Júnior, que resistiram às tentativas do então presidente de promover um golpe para mantê-lo no poder. Em publicação no twitter em 19 de dezembro de 2022, ele escreveu:

É chegada hora da onça beber água, separarmos os homens das criancinhas e conhecermos os omissos, os covardes e os fracos, a fim de responsabilizá-los e enterrá-los com a história que será escrita. @jairbolsonaro @genfreiregomes @realpfigueiredo @augustosnunes @GFiuza Oficial

declarou.

Pelo WhatsApp, Braga Netto culpou Freire Gomes e Batista Jr pelo fracasso do golpe, e incentivou o colega a atacá-los nas redes.

Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e do Gen FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente

disse Braga Netto na ocasião.

Senta o pau no Batista Junior. Traidor da pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família. Elogia o Garnier e fode o BJ

pediu o colega de chapa de Bolsonaro. 

Na época, Barros garantiu que Freire Gomes seria “devidamente implodido e conhecerá o inferno astral”. Ao sentar no banco dos réus, porém, o ex-major jogou a responsabilidade em Braga Netto.

Quando o Braga Netto me envia a mensagem, de oferecer a cabeça aos leões, o meu entendimento foi de que aquilo era lamúria, choradeira de perdedor de campanha

argumentou.
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