Nikolas Ferreira (PL-MG) vem sendo exaltado em fóruns de extrema-direita e grupos neonazistas. Após o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk, o deputado extremista divulgou uma imagem com o meme “clown Pepe” e fez uso de expressões como “mataram a direita moderada”. As manifestações escancaram a presença de Nikolas na “resenha”, celebrada por criminosos, e reafirmam uma postura cada vez mais radicalizada dos setores mais conservadores da política brasileira.
A circulação desses símbolos não é casual. O “clown Pepe”, derivado do meme Pepe the Frog, foi sequestrado por fóruns neonazistas e pela alt-right como marca de desprezo pela democracia e de exaltação à violência. Expressões como “mataram a direita moderada” operam no mesmo registro: códigos que funcionam como senha para identificar aliados e recrutar novos simpatizantes, travestidos de piada ou ironia.
No Brasil, esse mecanismo se cristaliza na chamada “bolha da resenha” — um ecossistema digital que mescla estética de chans, humor agressivo e política extremista, onde Nikolas Ferreira passou a ser saudado como ícone após a morte de Kirk.
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Na prática, a “resenha” funciona como um aglomerado de grupos de ódio que se escondem atrás da estética do humor e da paródia. Sob o disfarce da “zoeira”, multiplicam ataques coordenados a opositores, disseminam desinformação e normalizam a linguagem da violência. Essa estratégia permite que discursos neonazistas circulem de forma mascarada, criando um senso de pertencimento e impunidade entre seus participantes.
Nikolas Ferreira se beneficia diretamente desse ambiente: ao reproduzir os códigos e símbolos desses grupos, reforça sua identidade como representante da “verdadeira direita” e amplia sua base digital. Esse capital simbólico se converte em lucro político — com maior engajamento, visibilidade e votos — e também em ganho financeiro, já que sua notoriedade impulsiona monetização em redes sociais, venda de produtos e convites para eventos alinhados ao extremismo.
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