Skip to content Skip to footer

Mulheres seguem em desvantagem no mercado de trabalho brasileiro

Mulheres no mercado de trabalho
(Foto: WOCInTech/Nappy)

A nova edição da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE, traça um retrato amplo das transformações recentes do mercado de trabalho brasileiro e evidencia que, apesar do número recorde de pessoas ocupadas em 2024, as desigualdades seguem marcadas, especialmente entre homens e mulheres.

O estudo mostra que a distância entre os dois grupos praticamente não mudou ao longo da última década. Mesmo com maior escolaridade, menos da metade das mulheres conseguiu se inserir no mercado no ano passado, enquanto entre os homens quase sete em cada dez estavam trabalhando.

Essa diferença aparece com força na renda. Em média, elas continuam recebendo valores bem inferiores aos deles, e a disparidade cresce em setores como comércio e serviços.

Assim sendo, muitas mulheres seguem concentradas em ocupações mais vulneráveis, como o trabalho doméstico sem carteira, e enfrentam índices maiores de subutilização, quando a pessoa até trabalha, mas não na quantidade ou nas condições desejadas. O cenário é ainda mais desfavorável para mulheres pretas e pardas, que lideram os indicadores de precarização.

Enquanto isso, o grupo com 60 anos ou mais tem ampliado sua presença no mercado. Um quarto dos idosos estava trabalhando em 2024, movimento influenciado pelo aumento da expectativa de vida e pelas regras mais rígidas de aposentadoria após a reforma da Previdência. A taxa de desemprego entre eles é baixa, mas a informalidade domina: mais da metade atua sem vínculo formal, e as diferenças salariais também se repetem por gênero e raça.

Apesar das desigualdades persistentes, o estudo aponta uma recuperação consistente do emprego desde 2022, acompanhada de queda expressiva da desocupação e da subutilização. Ainda assim, quase metade da força de trabalho permanece na informalidade, mostrando que o avanço do mercado não tem vindo acompanhado, na mesma intensidade, de estabilidade e proteção para todos.

Bookmark

Henrique Romanine

Jornalista, colecionador de vinil e apaixonado por animais, cinema, música e literatura. Inclusive, sem esses quatro, a vida seria um fardo.

Mais Matérias

05 dez 2025

“Da Lata”: quando Fernanda Abreu ajudou a moldar o pop brasileiro

Álbum não apenas desafiou o status quo, mas abriu caminho para toda uma geração de artistas que, décadas depois, consolidariam o estilo musical
05 dez 2025

Jovem liderança LGBT de Santa Catarina prova que esquerda não tem que “falar manso” para furar bolha

Sem medo do debate, Jean Volpato se elegeu vereador com a maior votação da história do PT de Blumenau
06 dez 2025

USP é obrigada a entregar diploma para aluno acusado de racismo e importunação sexual

A corte paulista manteve o entendimento de que a sanção aplicada pela USP excedeu a gravidade dos fatos apontados no processo interno
06 dez 2025

Itália cria crime específico de feminicídio e impõe pena de prisão perpétua

A proposta, apresentada pelo governo e já aprovada pelo Senado meses antes, recebeu apoio unânime na Câmara, encerrando uma lacuna histórica na legislação penal
06 dez 2025

Visita sigilosa de Joesley Batista a Maduro agita bastidores diplomáticos

Fontes afirmam que Joesley tentou reforçar a mensagem do governo estadunidense pela renúncia pacífica de Maduro
06 dez 2025

Acervo inédito de Janis Joplin chega ao MIS em 2026

Mais de 300 itens ligados à artista, entre figurinos de palco, fotografias pouco conhecidas, manuscritos e objetos de uso pessoal, chegam ao Brasil
05 dez 2025

Vereadora bolsonarista do Paraná elogia ditadura e defende generais golpistas

Segundo parlamentar, militares “não deixaram o Brasil ser comunista”

Como você se sente com esta matéria?

Vamos construir a notícia juntos

Deixe seu comentário