Assata Shakur, uma figura lendária e controversa do movimento de libertação afro-americano, que integrou o Partido dos Panteras Negras e o Exército de Libertação Negra, faleceu em Cuba aos 78 anos.
As autoridades cubanas confirmaram que Shakur, nascida como Joanne Chesimard, morreu em Havana devido a complicações de saúde e idade avançada.
Condenação e Fuga
Shakur foi condenada pelo assassinato do policial estadual de Nova Jersey, Werner Foerster, durante um tiroteio em 2 de maio de 1973, no qual um de seus colegas ativistas também foi morto. Ela sempre proclamou sua inocência no caso.
- Durante o incidente, ela foi ferida duas vezes pela polícia.
- Em 1977, foi condenada à prisão perpétua mais 33 anos.
- Em 1979, conseguiu escapar da prisão com a ajuda de companheiros e, mais tarde, fugiu para Cuba, onde recebeu asilo político.
Devido à sua condenação e fuga, ela permaneceu na Lista dos Mais Procurados da Polícia Estadual de Nova Jersey por décadas, e os EUA tentaram, sem sucesso, sua extradição de Cuba.
Em cartas e em sua autobiografia, Shakur contextualizou suas ações dentro do clima político de repressão nos EUA contra ativistas negros.
Ela alegou ter sido um alvo do programa COINTELPRO do FBI, que visava “eliminar toda a oposição política” e “destruir o Movimento de Libertação Negra nos Estados Unidos”.
Frases marcantes
- “Defendi e ainda defendo mudanças revolucionárias na estrutura e nos princípios que regem os Estados Unidos.”
- “Defendo a autodeterminação do meu povo e de todos os oprimidos dentro dos Estados Unidos.”
- Sobre sua fuga: “Vi isso como um passo necessário, não apenas porque era inocente das acusações contra mim, mas porque sabia que, no sistema jurídico racista dos Estados Unidos, eu não receberia justiça.”
Assata Shakur se tornou um símbolo de resistência para muitos ativistas e um ícone controverso para as autoridades policiais. Sua declaração, escrita em sua autobiografia, resumiu sua filosofia:
Bookmark“É nosso dever lutar por nossa liberdade. É nosso dever vencer. Devemos amar uns aos outros e apoiar uns aos outros. Não temos nada a perder além de nossas correntes.”