Em vigoroso discurso de abertura do julgamento que apura a existência de uma organização criminosa acusada de tentar um golpe de Estado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo, Alexandre de Moraes, afirmou que um grupo agiu de “maneira covarde e traiçoeira” com o objetivo de “coagir o Poder Judiciário” e submetê-lo ao “crivo” de potências estrangeiras, em referência aos Estados Unidos.
O ministro destacou que o papel da Corte é julgar com estrita imparcialidade, “ignorando pressões internas ou externas”. A declaração fez alusão direta às articulações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que, em 2022, chegou a mencionar publicamente a possibilidade de aplicar sanções internacionais contra ministros do STF com base na Lei Magnitsky — mecanismo americano que permite barrar ingressos e congelar ativos financeiros de indivíduos estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.
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A menção à lei norte-americana, uma das sanções financeiras mais severas do direito internacional, é apontada pela acusação como parte da estratégia do grupo para intimidar e pressionar os magistrados. O desfecho do julgamento no STF é aguardado como um marco na apuração dos eventos pós-eleitorais de 2022.
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