O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (29) que o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, preste esclarecimentos sobre a “Operação Contenção”, que resultou em pelo menos 119 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. O ministro também marcou para 3 de novembro uma audiência no Rio de Janeiro para tratar do caso.
A operação, realizada na terça-feira (28) pelas polícias Civil e Militar, cumpriu 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão – 30 deles oriundos do estado do Pará. O governo fluminense afirmou que o objetivo era conter a expansão do Comando Vermelho (CV).
Balanço oficial e controvérsias
Segundo balanço das forças de segurança:
- 119 mortos no total: 58 em confrontos no dia da operação, 61 corpos encontrados posteriormente na mata do Complexo da Penha, e 4 policiais mortos
- 113 prisões, sendo 33 de pessoas de outros estados atuando no Rio
O governador Claudio Castro classificou a operação como “um sucesso”, mas a ação recebeu fortes críticas de defensores de direitos humanos, organizações da sociedade civil e movimentos de favelas, que a caracterizam como “chacina” e “massacre”.
Relatos de execuções e impactos
Familiares das vítimas relataram à imprensa que muitos corpos apresentavam sinais de execução, incluindo tiros na cabeça e mutilações. Os confrontos e retaliações do crime organizado afetaram vias expressas, serviços públicos e o funcionamento de empresas na capital fluminense, que anteciparam o fechamento e liberaram funcionários mais cedo.
A audiência marcada por Alexandre de Moraes para 3 de novembro tentará entender a discrepância entre as versões oficial e de entidades de direitos humanos sobre os eventos.
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