Em discurso durante evento do PL Mulher neste sábado (8), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a performar o discurso de neopentecostal indignada para a trupe bolsonarista. Ela declarou que o Congresso Nacional está “de joelhos em frente ao Supremo Tribunal Federal” e afirmou que o Judiciário é quem “governa o País”. Ela também defendeu o nome do marido, Jair Bolsonaro, como “única opção” para as eleições de 2026, ignorando o fato de o ex-presidente estar inelegível pela condenação por tentativa de golpe de Estado.
“A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF, isso é uma tristeza para a gente, porque, hoje, só quem governa é o Judiciário”, disse Michelle a apoiadores. “Os nossos deputados aprovam leis e se não tiver em concordância, eles anulam”, completou, em referência a decisões do Supremo que derrubaram leis aprovadas pelo Legislativo.
A fala ocorreu um dia após a defesa de Jair Bolsonaro sofrer uma derrota no julgamento de um recurso contra sua condenação a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente deve começar a cumprir a pena ainda este ano.
Michelle, cotada como possível candidata à Presidência em 2026, evitou assumir pretensão pessoal e afirmou que “a única opção para presidente da República da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro”. Segundo ela, impedir essa possibilidade seria “o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem, no povo brasileiro”.
Michelle também revelou detalhes sobre o estado de saúde do marido, afirmando que ele sofre de “soluços desde que passou pela última cirurgia” e que “chega à exaustão”. Ela atribuiu os problemas à falta de “paz de espírito” e “ambiente favorável” para recuperação.
O discurso reforça a estratégia bolsonarista de narrativa de perseguição política enquanto busca manter relevância eleitoral para 2026.
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