O diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Rodolpho Heck Ramazzinio, disse que o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis no Brasil pode ter sido redirecionado para distribuidoras clandestinas de bebidas, o que explicaria os casos recentes de intoxicação no estado de São Paulo.
De acordo com Ramazzinio, este redirecionamento ocorreu principalmente após a Operação Carbono Oculto, da Receita Federal e órgãos parceiros, que desmantelou, no final de agosto, um esquema de fraudes, lavagem de dinheiro e falsificação no setor de combustíveis.
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“Você tem as empresas interditadas, a transportadora dos caras, do PCC, fica parada (em razão da operação Carbono). Os tanques, que não estavam dentro dos pátios dessas empresas começam a ser desovados em outras empresas. Eles começam a vender isso para empresa química, começam a vender isso também para destilarias clandestinas. Os caras fazem isso para ganhar volume, ganhar a escala, eles não estão nem aí com a saúde de ninguém”, disse ele, em entrevista para a TV Brasil.
Operação atingiu 1 mil postos
A operação Carbono Oculto atingiu cerca de mil postos de combustíveis vinculados ao PCC, que movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. Segundo a Receita Federal, o metanol importado supostamente para outros fins era desviado para uso na fabricação de gasolina adulterada.
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