O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e delator premiado no processo do suposto golpe de Estado, protocolou em meados de agosto um pedido de aposentadoria junto ao Exército Brasileiro.
Cid requereu sua inclusão na cota compulsória, um mecanismo que permite ao militar solicitar a saída da ativa antes de completar os 35 anos de serviço obrigatórios. Para ser aprovada, a solicitação depende do aval final do comandante do Exército, general Tomás Paiva. Segundo apurou reportagem do UOL, não há um prazo regulamentar para a conclusão do processo, mas integrantes do Alto Comando não escondem o desconforto com o desgaste que o longo julgamento tem causado à imagem da Força.
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Caso o pedido seja aceito, Mauro Cid se aposentará mantendo a patente de tenente-coronel. No entanto, esse status não é definitivo. Se for condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena superior a dois anos de prisão, o caso será remetido ao Superior Tribunal Militar (STM), onde ele poderá ser submetido a um processo que pode resultar na perda de sua patente e demais vantagens militares.
A movimentação de Cid ocorre após um ano de sua delação premiada e em um momento crítico do julgamento. Quando assumiu o comando do Exército, o general Tomás Paiva já havia sugerido que o tenente-coronel optasse pela aposentadoria. Na época, Cid preferiu permanecer na ativa, mesmo estando afastado de suas funções desde que foi preso, em 2023.
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