O aguardado encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que pode marcar uma reaproximação entre Brasil e Estados Unidos após meses de tensão comercial e sanções diplomáticas, deve ocorrer em menos de uma semana. A reunião, ainda não confirmada oficialmente, deve acontecer no próximo domingo (26), na Malásia, durante a viagem dos líderes para Cúpula da ASEAN.
Sob a expectativa de destravar as negociações sobre o “tarifaço” imposto por Washington a produtos brasileiros e rever punições aplicadas a autoridades do país, o gesto dá sequência ao breve encontro entre Lula e Trump nos corredores da Assembleia Geral da ONU.
As impressões positivas do primeiro encontro geraram uma conversa posterior entre eles por telefone e um encontro entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado estadunidense Marco Rubio. Agora, a expectativa é que as articulações possibilitem, finalmente, o encontro que pode reconstruir pontes políticas e econômicas entre os dois governos.
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A aproximação também contraria as expectativas da extrema-direita brasileira e do próprio clã Bolsonaro, autores da narrativa de que Trump manteria o Brasil sob sanções até a queda do atual governo. O início da crise do “tarifaço” se conecta à tentativa de isolar Lula e desgastar o STF — especialmente o ministro Alexandre de Moraes, alvo das punições impostas por Washington.
A retomada do diálogo entre os líderes enfraquece a estratégia dos aliados de Jair e Eduardo Bolsonaro, sinalizando certo pragmatismo na Casa Branca trumpista. Donald Trump, que tem buscado reposicionar sua imagem no cenário global, tenta consolidar-se como liderança assertiva em meio a tensões com aliados europeus e críticas de organismos multilaterais.
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