O presidente Lula elevou o tom no combate ao crime organizado e prometeu “mostrar a cara” de quem comanda as facções no Brasil. A declaração veio após a megaoperação deflagrada nesta última quinta (28) — considerada pelo governo a maior da história contra o PCC — que desarticulou um esquema bilionário de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro por meio do mercado financeiro.
Lula classificou a ação como “a mais importante em 525 anos de Brasil” e disse que, ao contrário do que ocorria até agora, quando apenas o “andar de baixo” era atingido, o Estado passa a mirar diretamente o topo das organizações criminosas.
A apoiadores e aliados em um evento em Minas Gerais, o presidente destacou que a ofensiva marca uma virada de estratégia. Ele sabe que a mobilização popular acerca do tema é importante para um enfrentamento frontal às castas mais altas do crime, por isso reiterou que quer ir além dos operadores de base.
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Lula pretende expor os rostos e os nomes de empresários e políticos ligados ao crime organizado e fez referência às declarações recentes, de deputados conservadores, sobre o PIX. O governo aponta que esse tipo de discurso pode ter servido de munição para a facção explorar brechas no sistema financeiro brasileiro.
A fala trouxe à tona a relação cada vez mais nítida entre facções criminosas, mercado financeiro e setores da elite política. Segundo Lula, a engrenagem que movimenta bilhões em atividades ilegais não se sustenta apenas no varejo do crime, mas depende da conivência de quem ocupa cargos de poder econômico e político.
A ofensiva mobilizou cerca de 1.400 agentes da Polícia Federal em 10 estados e cumpriu mais de 350 ordens judiciais, incluindo prisões, buscas e bloqueios de bens. O esquema de adulteração de combustíveis, que teria movimentado R$23 bilhões, usava distribuidoras e fintechs para lavar recursos. As descobertas prática que levou o governo a anunciar uma regulação mais rígida para o setor.
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