A Auditoria da Justiça Militar absolveu (ora, ora), nesta terça-feira (5), três policiais militares acusados de fraudar a cena do crime onde a modelo Kathlen Romeu, de 24 anos e grávida de quatro meses, foi morta durante uma operação no Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio, em 8 de junho de 2021.
Por maioria (4 a 1), o sargento Rafael Chaves Oliveira e os cabos Rodrigo Correia Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano foram inocentados das acusações de falsificação de local de crime e falso testemunho. O colegiado, formado por um juiz de Direito e quatro oficiais superiores da PM, seguiu o pedido do Ministério Público Militar, que argumentou falta de provas concretas.
O capitão Jeanderson Corrêa Sodré (comandante da UPP do Lins) e o cabo Cláudio Silva Scanfela também foram absolvidos pelo mesmo motivo. A defesa dos PMs alegou que as acusações eram “genéricas e baseadas em suposições”.
- Reuniões de PMs em igrejas neopentecostais apontam para oficialização de “Gestapo Brasileira”
- Imagens de câmeras corporais expõem execução de homem desarmado por PMs em São Paulo
- Mulher indígena denuncia estupro e tortura por policiais durante prisão ilegal no Amazonas
Apesar da absolvição na esfera militar, dois dos agentes, Rodrigo Frias e Marcos Salviano, ainda responderão a um júri popular pela morte de Kathlen Romeu, conforme decisão da 2ª Vara Criminal do TJRJ em março deste ano. O julgamento, que pode resultar em condenação por homicídio doloso (com intenção de matar), não tem data marcada, e os réus aguardam em liberdade.
O Ministério Público do Rio (MPRJ) informou que recorrerá da decisão da Justiça Militar, considerando-a “incompatível com as evidências”. A família de Kathlen, que há três anos exige justiça, classificou o veredito como “mais um capítulo de impunidade”.
Kathlen Romeu foi atingida no tórax por um disparo de fuzil enquanto visitava a avó na comunidade. Testemunhas relataram que policiais recolheram cápsulas do local.
Bookmark