Israel vem ampliando a destruição de prédios residenciais na Cidade de Gaza em meio à fase mais agressiva da ofensiva militar. Nos últimos dias, pelo menos 16 edifícios foram derrubados, incluindo três torres, deixando dezenas de mortos. Imagens de satélite mostram bairros inteiros arrasados, e o total de imóveis destruídos já supera 1.500 desde o último mês de agosto. Para especialistas da ONU, a combinação de bombardeios, ordens de evacuação forçada e cerco humanitário está tornando a Cidade de Gaza “inabitável” para a população civil.
Em agosto, o governo israelense adotou medidas que aceleraram a destruição de residências na Cidade de Gaza — e a tendência é de intensificação nos próximos meses. Benjamin Netanyahu ordenou a evacuação total da cidade, obrigando centenas de milhares de civis a se deslocarem para o sul, rumo à chamada zona humanitária de Al Mawasi.
Israel também mobilizou dezenas de milhares de reservistas — cerca de 60 mil — preparando-se para operações terrestres decisivas em áreas densamente povoadas, com o suposto objetivo de desmantelar a infraestrutura do Hamas, destruir seus corredores de comando e recuperar reféns.
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A realidade, no entanto, aponta a outras intenções, já que um combate a uma organização, por maior que seja, não pode ser confundida com um genocídio. As ações dos sionistas podem ter matado ou ferido 200 mil cidadãos palestinos em dois anos de conflito. A população na Faixa de Gaza era de cerca de 2,1 milhões de pessoas em 2022.
Enquanto incontáveis edifícios residenciais seguem demolidos e centenas de milhares de civis deslocados, uma nova onda diplomática se forma. França, Reino Unido, Canadá e Malta anunciaram que vão reconhecer formalmente o Estado da Palestina na próxima Assembleia Geral da ONU, o que deve acontecer no fim de setembro, esforço que adiciona pressão internacional inédita a Israel para responder à destruição.
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