Na semana passada, a Polícia Federal (PF) prendeu o empresário Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”. Os dois são vistos como elos centrais do golpe de desviou bilhões das contas de aposentados brasileiros. Além dos dois “peixes grandes”, investigadores da PF pediram ao Supremo Tribunal Federal a prisão do advogado Nelson Willians, mas o pedido foi negado pelo ministro André Mendonça, relator do caso do INSS no Supremo Tribunal Federal (STF).
Willians é acusado de ter ligação com Camisotti e com a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), uma das principais entidades investigadas no esquema de fraudes no INSS, que teria desviado centenas de milhões de reais.
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De acordo com as investigações, Nelson Willians movimentou R$ 4,3 bilhões em operações financeiras consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre 2019 e 2024.
Com mais de 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais, Nelson Willians é um dos advogados mais ricos do Brasil. Na casa dele e em endereços ligados a pessoas próximas de Willians, entre eles seu ex-sócio, Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, os agentes apreenderam esculturas eróticas, obras de arte, armas e carros de luxo, incluindo uma Ferrari, um Porsche e um Rolls-Royce avaliado em R$ 11 milhões.
Outros itens chamaram atenção dos investigadores durante o cumprimento dos mandados contra o advogado, entre eles obras de arte de nomes como Cândido Portinari, Tomie Ohtake e Di Cavalcanti, avaliadas em milhões de reais; garrafas de vinhos raras, com valores acima dos R$ 50 mil; e um boné vermelho com a inscrição Make America great again (MAGA), adereço padrão dos apoiadores do presidente Donald Trump.
Para completar, nos endereços de Willians, que tem registro como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador, foram encontradas mais de 10 armas, incluindo um fuzil. A PF informou que irá solicitar à Justiça a cassação do registro dessas armas.
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