Na esteira da operação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro na semana passada, o Senado instala nesta terça-feira (03) a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as facções do crime organizado. Entre os indicados para compor a CPI está o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que teve estreitas relações com o ex-PM e miliciano Adriano da Nóbrega, apontado como chefe do “Escritório do Crime” – grupo de assassinos de aluguel.
Em 2005, quando ainda era deputado estadual do RJ, Flávio condecorou Nóbrega com a medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Estado. Na época, o miliciano já estava preso, acusado de matar um flanelinha. Antes disso, em 2003, o então deputado também propôs um “moção de louvor” e congratulações ao miliciano.
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Nóbrega chegou a ser condenado em 2005, em primeira instância, mas foi solto em 2006 e absolvido em um novo julgamento em 2007. Em 2014, foi expulso da Polícia Militar por ligações com o jogo do bicho.
“Rachadinha”
As relações de Flávio Bolsonaro com Nóbrega não pararam por aí. O então deputado estadual contratou a mãe, Raimunda Magalhães da Nóbrega, e a primeira esposa, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, de Adriano da Nóbrega, como assessoras de seu gabinete, por indicação de Fabrício Queiroz. Queiroz era então assessor do parlamentar e amigo do miliciano desde que eles estavam juntos na polícia.
Além disso, Flávio visitou Nóbrega na prisão, alegando que ele estaria sendo “injustificado” e que teria agido em legítima defesa.
O Ministério Público do RJ abriu investigação acusando as duas parentes de Nóbrega de serem funcionárias “fantasmas” e participarem de um esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro.
Nóbrega foi morto em 2020 pela polícia na Bahia, onde estava foragido. A defesa do miliciano afirmou na época que ele tinha sido vítima de uma “queima de arquivo” porque sabia demais.
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