Local também deseja ressignificar a figura da Pombagira
No Rio Grande do Sul, o pai de santo conhecido como Bruxo Malagueta criou a “Igreja da Pombagira”, um espaço que une espiritualidade e acolhimento para mulheres vítimas de violência doméstica e abuso.
O local, que conta com altares, capelas e imagens de entidades de religiões de matriz africana, tem como proposta ressignificar a figura da Pombagira, tradicionalmente associada a Exu e representada como uma mulher forte e independente.
A igreja surgiu da necessidade de criar um refúgio seguro para mulheres em situação de vulnerabilidade:
Pombagira é a representação da mulher empoderada, que irá dar força para estas mulheres que passaram por situações de abuso. Igrejas existem muitas, mas da Pombagira, uma só
afirmou.
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A escolha pelo termo “igreja” – em vez de terreiro ou templo – foi intencional: o objetivo é desconstruir estereótipos negativos associados à entidade, muitas vezes vista com preconceito por fiéis de outras religiões.
Na umbanda e em outras tradições de matriz africana, Pombagira é uma manifestação feminina de Exu, representada como uma mulher sensual, livre e dona de sua própria narrativa. Quando incorporada, pode assumir diferentes nomes, como Maria Padilha, Maria Quitéria e Maria Mulambo, e é frequentemente consultada para questões amorosas e de autoconfiança.
O Bruxo Malagueta reforça que o espaço não é apenas religioso, mas também político e social:
BookmarkAqui, elas vão encontrar força na figura da Pombagira, que é uma entidade que não se curva, que não tem medo de ser quem é
declarou ao G1.