A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal começou a julgar, nesta terça-feira (11), dez réus do núcleo 3 da trama golpista que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após derrota eleitoral em 2022.
O núcleo é composto por nove militares do Exército integrantes das chamadas “Forças Especiais”, conhecidos como “kids pretos” e um policial federal, acusados de elaborar e deflagrar o “Plano Punhal Verde Amarelo” para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
- Por unanimidade, STF mantém condenação de Bolsonaro e demais criminosos
- STF começa a analisar denúncia contra Eduardo Bolsonaro por coação no próximo dia 14
- Ministro do STF Alexandre de Moraes determina que governador do Rio preste esclarecimentos sobre operação com 119 mortos
Disposição homicida
No início da sessão de hoje, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, leu mensagens trocadas pelo grupo que, segundo ele, “escancaram a declarada disposição homicida e brutal da organização criminosa”. Entre essas mensagens estão áudios do policial federal Vladimir Matos Soares, que atuava como agente infiltrado na equipe de segurança de Lula.
Gonet destaca, por exemplo, conversa de Soares em 2 de janeiro de 2023, um dia após a posse de Lula, com o contato identificado como Luciano Mendonça Diniz. Na ocasião, o policial afirmou que fazia parte de uma “equipe de operações especiais” com “poder de fogo elevado” que estava “pronta para defender o presidente (Bolsonaro)” e “para empurrar quem viesse à frente”.
Moraes na mira
Em um trecho de forte impacto, ele diz: “matar meio mundo de gente, (eu) tava nem aí já, cara”. Em outro áudio, o bolsonarista detalha o planejamento contra Alexandre de Moraes, afirmando: “Estavam com Moraes na mira para atirar”. Ele confirmou que a prisão do ministro estava nos planos: “A gente estava preparado para isso inclusive, para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia (sic), estava na equipe”.
Bookmark