Um homem negro de 29 anos, Felipe Moraes Oliveira, foi morto a tiros na manhã de terça-feira (27) por um segurança do supermercado Loyola, no Jardim do Estádio, em Santo André (SP), após tentar entrar no estabelecimento acompanhado de seu cachorro. O caso gerou comoção e mobilizou movimentos sociais contra a violência racial e a criminalização da população negra.
De acordo com relatos da família e testemunhas, Felipe foi impedido de entrar com o animal e, em meio a uma discussão, o segurança efetuou um disparo que o atingiu no abdômen. Ferido, Felipe correu em busca de ajuda em uma farmácia vizinha, mas morreu no local antes da chegada do socorro médico.
O segurança foi identificado e preso pela Polícia Civil após se entregar espontaneamente no Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Santo André. O nome do suspeito não foi divulgado.
Felipe era artesão, artista e figura conhecida em cenas culturais da região, participando ativamente de batalhas de rimas e exposições artísticas. Sua esposa, Evelyn da Silva, relatou em redes sociais que ele havia saído de casa para comprar pão com o cachorro e não retornou.
O cão foi resgatado horas depois por familiares, em meio à comoção pelo ocorrido. Movimentos negros e organizações como o Movimento Negro Unificado (MNU), Unegro e Uneafro marcaram uma manifestação para esta sexta-feira (29), na Praça Carijós, em Santo André, para exigir justiça e combater o que classificam como “racismo estrutural e violência institucional”.
Em nota, as entidades destacaram:
Bookmark“Mais uma vida interrompida pelo racismo estrutural, pela violência policial e pelo descaso que atingem diariamente as periferias. Mesmo após sua morte, segue sendo violentado por narrativas midiáticas que tentam retratá-lo como ameaça.”