A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (21) a Operação Ignota, com o objetivo de desmontar uma rede criminosa envolvida na importação clandestina e venda de medicamentos para emagrecimento de origem desconhecida. A ação aconteceu no Rio de Janeiro (RJ) e em São Gonçalo (RJ), com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão em uma clínica médica e nas residências dos investigados.
As investigações começaram após um aumento significativo nas apreensões de remédios para emagrecer em aeroportos do país. Segundo a PF, os produtos eram trazidos ilegalmente do exterior e revendidos a clínicas médicas, sem controle de procedência ou condições adequadas de armazenamento.
Um dos pontos que chamou a atenção dos investigadores foi a prisão de um servidor da Anvisa, acusado de desviar cerca de 100 canetas emagrecedoras que haviam sido apreendidas. O caso levantou suspeitas sobre o envolvimento de profissionais da área da saúde e levou à identificação do grupo responsável pela comercialização irregular.
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Entre os medicamentos desviados está o Mounjaro, aprovado pela Anvisa em 2023 para o tratamento de diabetes tipo 2, mas que vem sendo usado de forma indevida para emagrecimento. O fármaco, vendido apenas sob prescrição médica e com preços que ultrapassam R$ 2 mil, tem alto potencial de risco quando utilizado sem acompanhamento profissional.
De acordo com a PF, os investigados podem responder por importação e venda de medicamentos sem procedência legal, além de receptação qualificada. A corporação alerta que o uso de substâncias sem registro e controle adequado coloca em risco a saúde pública, devido à falta de garantia sobre composição, transporte e armazenamento dos produtos.
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