O governo do Paraná, comandado por Ratinho Junior (PSD), admitiu que fornecedores do programa “Leite das Crianças”, que promove a distribuição de leite para famílias carentes no estado para o combate à desnutrição infantil, vêm recebendo valores abaixo da referência de mercado. A informação é do deputado estadual Requião Filho (PDT-PR), que questionou a gestão Ratinho após receber denúncias de que os pagamentos aos produtores estavam até 25% inferiores ao preço de referência estabelecido pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Paraná (Conseleite-PR).
O parlamentar cobrou a revisão imediata da política de preços do programa. Ele destacou a importância da política pública no combate à desnutrição infantil e a necessidade de garantir a previsibilidade e estabilidade a milhares de famílias que dependem da produção leiteira.
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Prejuízo
Requião Filho citou casos em que o valor pago por litro de leite foi inferior a R$ 1,80, mesmo com a referência superior a R$ 2,40. Segundo ele, o governo do Paraná admitiu distorções e reconheceu a necessidade de maior transparência e fiscalização dos critérios de compra do leite.
Em resposta oficial, o governo afirmou estar “aperfeiçoando os instrumentos de fiscalização e transparência” para assegurar que os produtores rurais recebam uma remuneração justa. O governo também alegou que as usinas de beneficiamento credenciadas são obrigadas a encaminhar à coordenação do programa os valores pagos por litro de leite mensalmente, e que esses valores devem estar alinhados ao preço de referência. No entanto, as denúncias indicam que esse monitoramento não estava sendo realizado, causando prejuízos aos produtores, afirma Requião Filho.
Edital
O governo anunciou o lançamento de um novo edital estabelecendo regras para a compra do produto para o primeiro semestre de 2026. Nele, as normas de repasse dos valores aos produtores serão explicitadas de forma mais detalhada e objetiva, afirma o Executivo estadual. O edital também deve prever uma margem mínima obrigatória de remuneração aos produtores, com parâmetros definidos nas resoluções do Conseleite/PR. Requião Filho considera os ajustes anunciados como um “resultado direto da nossa cobrança” e uma “vitória dos produtores” que garantirá um “controle mais efetivo”.
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