O governo Lula não vai aceitar qualquer enfraquecimento do papel da Polícia Federal no enfrentamento do crime organizado. Também não vai permitir o uso da Lei Antiterrorismo para o estabelecimento de penas contra as facções, abrindo brechas para interferências de países estrangeiros no Brasil.
Esses dois pontos foram destacados em reunião, nesta terça-feira (11), do colégio de líderes da Câmara Federal que discutiu o substitutivo do Projeto de Lei Antifacção, apresentado pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP).
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O texto apresentado por Derrite foi criticado por especialistas, pelo governo federal e pela Polícia Federal por condicionar as operações conjuntas entre policiais federais e estaduais a um aval dos governadores.
Após as críticas, Derrite recuou e apresentou novo texto retirando a exigência de pedido do governador para investigações conjuntas entre as polícias. Ao mesmo tempo, incluiu a exigência de que a PF comunique previamente os estados sobre as operações contra o crime organizado.
“Polícia Federal nem dá para tirar, nem botar. É deixar como está. A Polícia Federal tem autonomia para fazer as operações que ela quiser”, deixou claro o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).
Diante do impasse, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Repub-PB), retirou o projeto da pauta de hoje, adiando a votação para esta quarta-feira (12).
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