O governo federal confirmou que o salário mínimo passará a R$ 1.621 em janeiro de 2026, valor que será pago pela primeira vez em fevereiro. O reajuste representa um acréscimo de R$ 103 sobre o piso atual e corresponde a uma alta de 6,79%, resultado da combinação entre a inflação medida pelo INPC e o crescimento da economia dois anos antes, fórmula que rege a política de valorização do mínimo.
O INPC, divulgado nesta quarta-feira (10) pelo IBGE, é a base da correção. O índice teve alta de apenas 0,03% em novembro e acumulou 4,18% em 12 meses, percentual que compõe a parte inflacionária do cálculo. O segundo componente é o desempenho do PIB de 2024, revisado pelo IBGE para expansão de 3,4%.
No entanto, mesmo com o avanço mais forte da economia, o arcabouço fiscal limita o ganho real a um intervalo entre 0,6% e 2,5%, o que impediu um aumento maior.
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Com essas travas, o valor teórico chegou a R$ 1.620,99, arredondado para R$ 1.621, como determina a legislação. A atualização impactará as contas públicas já em 2026, já que o governo trabalhava com projeções mais altas ao longo do ano. A proposta enviada ao Congresso em março estimava R$ 1.630; a revisão da Fazenda, em agosto, apontava R$ 1.631; e a LDO aprovada recentemente fixava R$ 1.627.
A diferença entre as previsões e o valor final é explicada principalmente pelo INPC abaixo do esperado e pelo teto de aumento real previsto nas regras fiscais. Apesar de vir menor que o projetado, o reajuste garante reposição da inflação e um ganho real dentro dos limites permitidos.
A partir de fevereiro, milhões de trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas vinculados ao piso nacional já sentirão o efeito do novo mínimo, que volta a ser atualizado seguindo parâmetros estáveis de correção e alinhados ao desempenho recente da economia brasileira.
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