Com o claro objetivo de faturar eleitoralmente, governadores da direita bolsonarista anunciaram, nesta quarta-feira (28), que estão organizando uma comitiva para ir ao Rio de Janeiro expressar “solidariedade” ao governador Cláudio Castro (PL), pela operação que resultou em 119 mortos até aqui.
Confirmaram presença até agora os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). A expectativa do grupo é que Tarcísio de Freitas (Repub-SP), de São Paulo, e Ratinho Jr (PSD), do Paraná, se somem a eles. Não por acaso, cinco desses governadores são pré-candidatos à Presidência para 2026: Tarcísio, Zema, Caiado, Ratinho Jr e Eduardo Leite.
O discurso de todos é o de culpar o governo federal pela crise na segurança pública fluminense. Discurso que não se sustenta na realidade, já que todos eles boicotaram, também por interesse eleitoral, a PEC da Segurança encaminhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso, em abril deste ano.
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A PEC prevê justamente a integração entre as polícias federal e dos estados e a coordenação pela União de um sistema nacional para integrar e padronizar a atuação das forças de segurança em todo o país. A proposta também inclui a criação da Polícia Viária Federal (PVF), com a atribuição de patrulhar todas as vias federais — estradas, ferrovias e hidrovias. A PVF também poderia ser empregada emergencialmente para apoiar forças estaduais e distritais.
Os governadores bolsonaristas barraram a PEC até aqui sob a alegação de que os estados perderiam poder para as forças federais. Na prática, a única preocupação deles é que o governo Lula possa agir no combate ao crime organizado nos estados, e com isso coloque em xeque o discurso de que a União não atua como deveria na área de segurança.
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