O fotógrafo e ativista Francisco Proner é um dos artistas confirmados na ArtRio 2025 – Feira de Arte do Rio de Janeiro, que acontece entre os dias 10 e 14 de setembro, na Marina da Glória. Ele participará do estande da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro e estará presente no espaço na quinta-feira, dia 11 de setembro. Os ingressos custam R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia-entrada), e podem ser adquiridos pelo site artrio.com/tickets.
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Proner apresentará uma fotografia do ensaio “Vidas Negras Importam”, publicado em parceria com o jornalista Eduardo Carvalho, que escreveu sobre sua experiência como jovem nascido na Rocinha. O trabalho reúne registros de coberturas feitas durante a Intervenção Federal de 2017 e operações policiais no Rio de Janeiro, incluindo episódios marcantes como a chacina do Jacarezinho, além de registros na Maré, na Rocinha e no Complexo do Alemão.

A imagem escolhida para a feira foi feita no Morro Santa Marta, em Botafogo. Ela mostra a vista do Cristo Redentor e da Floresta da Tijuca a partir da janela quebrada de um bondinho construído para facilitar o acesso dos moradores. Segundo o fotógrafo, a escolha reflete a dualidade do Rio: uma paisagem de cartão-postal marcada pela desigualdade social.
“É um pouco um retrato dessa desigualdade que permeia a cidade do Rio. Mostra uma comunidade muito precária, muito carente, e que ao mesmo tempo está em plena zona sul, em um ponto turístico. E aí tem esse elemento dos cacos de vidro, do vidro trincado, que funciona como uma linha guia para você ler a imagem de cima para baixo. Você começa olhando para o Cristo e, na sequência, vai reparando no restante da imagem”, explica.

Francisco Proner acumula um repertório significativo de coberturas documentais e já participou de diversas exposições individuais e coletivas em diferentes países, sempre trazendo para a fotografia questões sociais, políticas e de direitos humanos. Em setembro de 2024, apresentou a mostra “Minerais de Sang” no Visa Pour L’Image International Festival, na França, sobre os desastres de mineração no Brasil. No início do mesmo ano, em fevereiro, realizou em Bruxelas a exposição “Mariana: The Art of Resistance”, na Galerie D’art Montgomery, dedicada ao desastre de Mariana.

Ainda em 2023, participou de exposições coletivas no Brasil, como “A Quarta Geração Construtiva no Rio de Janeiro” e “10 objetos: outras histórias”, realizadas na Fundação Getúlio Vargas e no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, com trabalhos voltados para a luta pela memória de Marielle Franco. Seu trabalho tem se destacado pela capacidade de captar momentos históricos de resistência e por um olhar engajado sobre questões sociais e políticas.
Para ele, estar na ArtRio é uma conquista: “É muito legal poder expor neste espaço, porque é um lugar difícil de chegar, geralmente reservado a artistas representados por galerias. Ainda que seja com uma única foto, me sinto honrado de estar ao lado de nomes importantes e de ter meu trabalho em diálogo com outras obras que também retratam a periferia e a realidade do Rio”, afirma.
A ArtRio 2025 reunirá artistas de diferentes linguagens e gerações, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer obras que refletem a diversidade e a potência da produção artística contemporânea.
Acompanhe o fotógrafo Francisco Proner no Instagram.
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