A Casa 1, centro de acolhida para jovens LGBT+ em situação de vulnerabilidade no centro da capital paulista, enfrenta risco de fechamento após perder financiamento de instituições norte-americanas. O corte ocorreu em consequência da extinção dos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) pelo governo do presidente Donald Trump nos Estados Unidos.
Fundada em 2017 pelo relações públicas e jornalista Iran Giusti, 36, a instituição realiza aproximadamente dois mil atendimentos mensais e oferece atendimento clínico, psicológico e atividades de formação profissional em culinária e beleza para jovens vítimas de homofobia, violência e discriminação.
Crise financeira
De acordo com Giusti, a manutenção integral da Casa 1 requer R$ 250 mil mensais (R$ 3 milhões anuais). Desse total, R$ 45 mil são destinados ao aluguel dos imóveis e custos fixos, enquanto o restante cobre salários de funcionários, desenvolvimento de atividades e aquisição de mantimentos.
“Desde que surgiu, o financiamento do espaço é feito majoritariamente pela sociedade civil, por meio de doações de pessoas físicas, o que representa de 60% a 70% de todo o dinheiro arrecadado”, explicou o fundador. O complemento vem de empresas, marcas e editais públicos.
Desafio histórico de financiamento
A Casa 1 enfrenta dificuldades crônicas de financiamento público. Em nove anos de funcionamento, a instituição nunca recebeu apoio municipal ou estadual. O primeiro recurso federal foi obtido recentemente, mas cobre apenas 10% do orçamento anual (R$ 300 mil).
As atividades do centro devem ser encerradas nos próximos meses caso não sejam captados novos recursos para compensar a perda do financiamento internacional, essencial para a manutenção dos serviços oferecidos à comunidade LGBT+ em situação de vulnerabilidade.
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