O ex-vereador Helio de Mello (PL), 55 anos, preso desde 9 de outubro sob acusação de estupro de vulnerável e outros crimes sexuais, é investigado por abusar de pelo menos 11 crianças e adolescentes que eram seus alunos em uma escola estadual da zona rural de Irati, na região central do Paraná. As informações são da Polícia Civil do Paraná (PC-PR), que já ouviu mais de 60 estudantes e ex-alunos durante as investigações.
De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), os crimes teriam começado em 2017, com vítimas entre 11 e 17 anos. A denúncia lista 28 fatos relacionados a crimes sexuais, incluindo toques íntimos, envio de fotos e vídeos explícitos pelo ex-professor e solicitação de material de nudez em troca de vantagens financeiras. Em um dos casos, um adolescente relatou ter mantido relação sexual com o acusado.
Crimes e resposta institucional
Helio de Mello responde na Justiça pelos seguintes crimes:
Estupro de vulnerável;
Importunação sexual;
Assédio sexual majorado;
Favorecimento da prostituição ou exploração sexual de criança ou adolescente;
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
O advogado do acusado, Ricardo Mathias Lamers, recusou-se a comentar o caso, citando sigilo processual.
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná informou que o professor foi afastado das funções. A Polícia Civil destacou que as investigações começaram após uma denúncia anônima pelo Disque 100.
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Irmã do acusado também é denunciada
O MP-PR denunciou ainda uma das irmãs de Helio – que atuava como diretora na escola onde os crimes ocorreram – pelos crimes de prevaricação e omissão em casos de assédio sexual e exploração sexual de adolescentes. O nome dela não foi divulgado.
Cronologia do caso
- 31 de agosto de 2025: A Justiça determinou o afastamento de Helio de Mello da escola, proibindo-o de ter contato com alunos e suspendendo-o do cargo.
- 1º de setembro: Ele pediu licença remunerada de 90 dias da Câmara de Irati, onde era presidente, alegando tratamento de saúde.
- 9 de setembro: Renunciou ao mandato de vereador, após 20 anos de atuação, quando já tramitavam três pedidos de cassação.
Helio de Mello era professor da rede estadual desde dezembro de 2003. O caso segue em investigação, com apoio do Conselho Tutelar e da Polícia Civil.
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