Em uma nova sanção contra autoridades brasileiras e seus familiares, o governo dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira (15), o cancelamento dos vistos da mulher e da filha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Na quarta-feira (13), a administração do presidente Donald Trump já havia revogado os vistos de dois funcionários do governo brasileiro que atuaram no programa Mais Médicos. Na ocasião, o Departamento de Estado dos EUA alegou que o programa promovia “trabalhos forçados” de médicos cubanos. Atualmente, a maioria dos profissionais que trabalham no programa, que atende 63 milhões de pessoas, são brasileiros.
Padilha era ministro do governo Dilma Roussef em 2013, quando o Mais Médicos foi criado. De acordo com as informações preliminares, ele não teve o visto revogado porque o documento já estava vencido.
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No comunicado, o Consulado dos EUA em São Paulo afirmou:
Caso esteja atualmente fora dos Estados Unidos, a revogação do visto tem efeito imediato e o (a) senhor (a) não poderá viajar com o seu visto americano atual. Se estiver fisicamente presente nos Estados Unidos, a revogação do visto entrará em vigor imediatamente após a sua partida. Caso tenha intenção de viajar para os Estados Unidos, o (a) senhor (a) deverá solicitar um novo visto
informou o comunicado.
Ainda na quarta-feira, o ministro rebateu as acusações do governo Trump em postagem nas redes sociais:
O Mais Médicos, assim como o PIX, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira
lembrou
Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman
afirmou Padilha.
As sanções são fruto da articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para tentar livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do processo por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal. Nesta quarta-feira, o ministro do STF, Cristiano Zanin, anunciou para 2 de setembro o início do julgamento de Bolsonaro.
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